sexta-feira, 25 de maio de 2012

Seca no Ceará


O governo do Ceará já homologou decretos de emergência em 168 municípios por conta da seca que atinge o Estado. O número representa 91% dos 184 municípios existentes, maior índice de um Estado do Nordeste. Com os novos decretos já passa de 1.000 o número de cidades em emergência na região por causa da prolongada estiagem.

O decreto foi assinado pelo governador Cid Gomes (PSB), que anunciou algumas providências em relação à estiagem. Os decretos, segundo ele, servem para facilitar a chegada dos recursos federais anunciados. “Assim, vamos agilizar essas ações para que elas cheguem com mais celeridade às pessoas", disse, em pronunciamento. O governo não informou a quantidade de pessoas diretamente afetadas pela estiagem.

O governador se reuniu ontem com prefeitos e as bancadas estadual e federal para avaliar as primeiras medidas emergenciais adotadas pelo Estado. Aos prefeitos, o governador anunciou que o Estado vai pagar uma parcela extra do programa Garantia Safra, no valor de R$ 136, no mês de junho. O abono deve beneficiar 239 mil agricultores, que, pelas regras do governo federal, deveria receber o valor de R$ 680, divididos em cinco parcelas.

Gomes anunciou a ampliação da oferta de água por meio de caminhões-pipa, que deve ter um investimento federal de R$ 7,5 milhões. Hoje, o Exército mantém a operação Pipa, com 469 carros que devem atender 79 municípios. Também foram anunciadas a construção de cisternas, recuperação de poços artesianos e instalação e perfuração de poços profundos.

Com os novos decretos cearense subiu para 1.016 o número de municípios em situação de emergência pela seca no Nordeste, o que representa 56% dos 1.794 municípios nordestinos.

“Desde o ano passado não chove o suficiente para acumular água nas cisternas para consumo da família e para a produção. O quadro atual é grave! Há que se priorizar o socorro imediato às famílias que estão sem água, mas há a mesma urgência em investir em ações estruturantes para que essas famílias possam enfrentar os períodos de longa estiagem, cíclicos e previsíveis, sem passar fome ou sede”, alega a ASA (Associações do Semi-árido), cobrando ações de convivência do sertanejo com a estiagem e políticas públicas que minimizem os tradicionais ganhos da “indústria da seca”.

Fonte: UOL


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