Asas azuis, amarelas, multicoloridas, de vários
tamanhos e com uma beleza encantadora, são as características das
lepidópteras ou simplesmente borboletas. Esses seres são extremamente
úteis ao meio ambiente por atuarem como sinalizadores de degradação ou
de preservação ambiental. Por sua importância na análise da área
ecológica, esses insetos têm sido foco de um grupo de pesquisa formado
pelos alunos do curso de Biologia da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA), Lucas Pereira Martins, Leonardo Feitosa e Elias Soares, sob a
coordenação a professora Gisele Garcia Azevedo e do professor do Museu
de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP), Marcelo Duarte.
A
pesquisa, que conta com o apoio e o financiamento da Fapema, será
desenvolvida até abril de 2013, em dois fragmentos de mata amazônica,
localizados no município de São José de Ribamar. O grupo de pesquisa
escolheu esses dois locais, considerando uma área impactada e outra
menos impactada. Com essa diferenciação, será possível perceber a
variedade e a quantidade de borboletas em cada área e mapear as espécies
que se adaptam em cada uma dessas regiões. Como explica um dos membros o
grupo de pesquisa, Lucas Pereira Martins: “As borboletas são
consideradas organismos modelos, elas são indicadoras de impactos
ambientais, pois têm o ciclo de vida curto e uma interação muito grande
com o meio ambiente. Escolhemos dois fragmentos diferenciados e estamos
verificando as características desses insetos e sua incidência para
podermos fazer um mapeamento dessas regiões”.
Muitos
trabalhos em regiões tropicais, como a de São José de Ribamar, têm
identificado o aumento do número de borboletas e uma maior riqueza em
áreas perturbadas, o que pode ser característico desses ambientes,
podendo favorecer tanto algumas espécies do ambiente original (não
impactado) quanto espécies invasoras. Com essa observação, muitos
pesquisadores entendem que algumas espécies, de fato, desaparecem de um
sistema perturbado, enquanto outras podem ter suas populações
aumentadas. Por isso, monitorar as comunidades dessas espécies de
borboletas ao longo do tempo pode contribuir para a análise e a proteção
dessas áreas, criando medidas que diminuam os efeitos da perturbação
ambiental, antes que sejam irreversíveis.
Método e resultados parciais da pesquisa
Em
um ano de pesquisa, foram capturadas 204 borboletas em armadilhas,
compreendendo 26 espécies. O grupo tem colhido borboletas de duas
guildas (tipos de borboletas), as frugívoras, que se alimentam de
nutrientes de frutas fermentadas e seiva de plantas, e as nectarívoras,
que se alimentam de néctar durante a vida adulta. Os pesquisadores
capturam essas espécies e fazem a coleta de dados, nomes, espécies,
tamanhos e áreas em que foram capturadas. Até o momento, segundo Lucas
Pereira Martins, foi observado que tem uma grande diferença no número de
borboletas nos dois fragmentos e diferenças na estação seca e chuvosa.
“É interessante como elas estão ligadas diretamente ao período de chuva.
Na época de maior pluviosidade, tem mais borboletas e na seca tem
menos”, frisa.
O grupo
reparou, ainda, que as espécies entre os fragmentos não têm diferido
muito, o que muda entre as áreas é a quantidade de borboletas. “Por
incrível que pareça, no fragmento mais impactado tem tido maior número
de borboletas do que o mais preservado, e algumas hipóteses é que o
fragmento de mata impactado e o preservado não são distantes, e pode
estar havendo uma transição de borboletas entre os espaços”, explica
Lucas Martins. Segundo o pesquisador, se as áreas fossem muito
distantes, na área impactada o número seria pequeno, mas se fosse só
preservado o número seria bem maior.
Após
o término da pesquisa, haverá a criação de uma coleção etimológica, com
dados sobre as espécies de borboletas coletadas e suas características.
A coleção será uma contribuição para as futuras pesquisas com
lepidópteras e estará disponível para a visitação no curso de Biologia
da UFMA. Será feito, ainda, um catálogo com fotos das borboletas e
dados, para pesquisas futuras.
Fonte: imirante.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário