quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Após passagem de furacão ‘Sandy’ pelo Haiti, mais de 1 milhão de pessoas sofrem com insegurança alimentar

Durante a semana que passou só se falava em Sandy e Estados Unidos, é óbvio que só citaram os poderosos americanos, vende notícia.
Abaixo está retratado, não vende notícia, está o Haiti, que sofreu muito com a passagem de Sandy, e sem a infraestrutura e o preparo que os vizinhos americanos possuem foram muito prejudicados.
 
               A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH) fornece ajuda à população de uma ilha localizada ao largo da costa sudoeste do Haiti. O furacão Sandy passou pelo oeste do Haiti no dia 25 de outubro de 2012, causando fortes chuvas e ventos, inundando casas e o transbordamento de rios. (ONU/MINUSTAH/Logan Abassi)


Uma mulher caminha por um mercado inundado de Porto Príncipe, capital do Haiti. O furacão Sandy passou pelo oeste do Haiti no dia 25 de outubro, causando fortes chuvas e ventos, inundando casas e o transbordamento de rios. (ONU/MINUSTAH/Logan Abassi) 



            Entre 15 e 20 mil pessoas tiveram suas casas completamente destruídas, danificadas ou inundadas como resultado da tempestade no país caribenho. Cuba, Jamaica, Bahamas e Estados Unidos também foram atingidos.
            Um funcionário humanitário de alto escalão das Nações Unidas informou no dia 02 Nov 12 que mais de 1 milhão de pessoas no Haiti estão enfrentando insegurança alimentar, como resultado da devastação causada pelo furacão Sandy. O país caribenho foi um dos países onde o furacão causou muitos danos e mortes, juntamente com Cuba, Jamaica, Bahamas e Estados Unidos.
O chefe de operação do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) no Haiti, Johan Peleman, disse que os trabalhadores humanitários ainda estão consolidando os dados da destruição causada pela tempestade e um quadro completo da situação levará algum tempo para ser concretizado.
O OCHA informou estar particularmente preocupado porque o Haiti foi atingido por um longo período de seca este ano, bem como por um outro furacão, o Isaac, que passou pelo país em agosto. “Agora, com esta nova tempestade tropical, tememos que uma grande parte da colheita que estava em curso no sul do país possa ter sido destruída completamente”, disse Peleman em entrevista à Rádio ONU.
“A seca e a tempestade anteriores já tinham atingido fortemente a parte norte do país e vimos aumentarem os níveis de insegurança alimentar por lá”, acrescentou. “Com o sul atingido agora, vamos enfrentar nos próximos meses problemas muito graves de desnutrição e insegurança alimentar.”
Há cerca de 1,2 milhão de pessoas que estão em situação de insegurança alimentar no país, que já é a nação mais pobre do hemisfério ocidental e ainda se recupera de um devastador terremoto em janeiro de 2010.
Peleman observou que ainda há 350 mil pessoas que vivem em acampamentos para pessoas deslocadas internamente, afirmando que o resultado do terremoto e do efeito do furacão Sandy sobre este grupo é uma grande preocupação. “Os deslocados mais vulneráveis, que viviam em acampamentos, foram evacuados antes da tempestade e estamos agora com a comunidade humanitária e o Sistema ONU reparando tendas, distribuindo novas lonas para que elas possam voltar a viver em condições mais favoráveis. Muitas estruturas leves foram, obviamente, completamente destruídas pela tempestade”, afirmou.
O acesso também é uma preocupação, visto que algumas estradas foram inutilizadas devido ao furacão, tornando-se mais difícil de alcançar aqueles que precisam, Peleman acrescentou. Além disso, os sistemas de água e saneamento terão de ser drenados o mais rápido possível, por conta da ameaça de um surto de doenças transmitidas pela água, especialmente de cólera. A doença ainda é endêmica no país e Peleman diz que é possível ocorrer um aumento nos casos de cólera.

O Haiti se preparou para o furacão Sandy, em uma ação em parceria com as autoridades haitianas e o apoio da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), observou Peleman, incluindo planejamento de contingência e o preposicionamento de estoques de alimentos, barracas, lonas, kits médicos e kits de higiene.“O país está relativamente bem preparado, mas também é muito vulnerável a esse tipo de desastre, não apenas por causa da pobreza, mas por causa de décadas de desmatamento e erosão”, observou.
Além disso, a MINUSTAH também está apoiando os esforços do governo para lidar com as consequências do furacão, respondendo a solicitações para ajudar com logística e engenharia, tais como a limpeza de estradas.
O furacão Sandy também causou mortes, danos e destruição ao longo da costa leste dos EUA, incluindo a cidade Nova York, onde está localizada a sede principal da ONU. Escritórios da Organização foram fechadas de forma inédita por três dias seguidos, com a maioria das reuniões canceladas, reabrindo somente na quinta-feira (1).
A chefe de gabinete do Secretário-Geral da ONU, Susana Malcorra, falou a jornalistas sobre os danos causados pelo furacão ao prédio da Organização – o teto da Assembleia Geral sofreu vários danos, assim como equipamentos de comunicação – e informou que as Nações Unidas estão reavaliando a forma como lidam com desastres naturais após o Sandy.

 Fonte: ONUBR – Nações Unidas no Brasil.


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