Durante a semana que passou só se falava em Sandy e Estados Unidos, é óbvio que só citaram os poderosos americanos, vende notícia.
Abaixo está retratado, não vende notícia, está o Haiti, que sofreu muito
com a passagem de Sandy, e sem a infraestrutura e o preparo que os
vizinhos americanos possuem foram muito prejudicados.
Entre 15
e 20 mil pessoas tiveram suas casas completamente destruídas, danificadas ou
inundadas como resultado da tempestade no país caribenho. Cuba, Jamaica,
Bahamas e Estados Unidos também foram atingidos.
Um
funcionário humanitário de alto escalão das Nações Unidas informou no dia 02 Nov 12 que mais de 1 milhão de pessoas no
Haiti estão enfrentando insegurança alimentar, como resultado da devastação
causada pelo furacão Sandy. O país caribenho foi um dos países onde o furacão causou muitos
danos e mortes, juntamente com Cuba, Jamaica, Bahamas e Estados Unidos.
O chefe de operação do Escritório
da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) no Haiti, Johan
Peleman, disse que os trabalhadores humanitários ainda estão consolidando os
dados da destruição causada pela tempestade e um quadro completo da situação
levará algum tempo para ser concretizado.
O OCHA informou estar
particularmente preocupado porque o Haiti foi atingido por um longo período de
seca este ano, bem como por um outro furacão, o Isaac, que passou pelo país em
agosto. “Agora, com esta nova tempestade tropical, tememos que uma grande parte
da colheita que estava em curso no sul do país possa ter sido destruída
completamente”, disse Peleman em entrevista à Rádio ONU.
“A seca e a tempestade anteriores já tinham
atingido fortemente a parte norte do país e vimos aumentarem os níveis de
insegurança alimentar por lá”, acrescentou. “Com o sul atingido agora, vamos enfrentar
nos próximos meses problemas muito graves de desnutrição e insegurança
alimentar.”
Há cerca de 1,2 milhão de
pessoas que estão em situação de insegurança alimentar no país, que já é a
nação mais pobre do hemisfério ocidental e ainda se recupera de um devastador
terremoto em janeiro de 2010.
Peleman observou que ainda há
350 mil pessoas que vivem em acampamentos para pessoas deslocadas internamente,
afirmando que o resultado do terremoto e do efeito do furacão Sandy sobre este
grupo é uma grande preocupação. “Os deslocados mais vulneráveis, que viviam em
acampamentos, foram evacuados antes da tempestade e estamos agora com a
comunidade humanitária e o Sistema ONU reparando tendas, distribuindo novas
lonas para que elas possam voltar a viver em condições mais favoráveis. Muitas
estruturas leves foram, obviamente, completamente destruídas pela tempestade”,
afirmou.
O acesso também é uma
preocupação, visto que algumas estradas foram inutilizadas devido ao furacão,
tornando-se mais difícil de alcançar aqueles que precisam, Peleman acrescentou.
Além disso, os sistemas de água e saneamento terão de ser drenados o mais
rápido possível, por conta da ameaça de um surto de doenças transmitidas pela
água, especialmente de cólera. A doença ainda é endêmica no país e Peleman diz
que é possível ocorrer um aumento nos casos de cólera.
O Haiti se preparou para o
furacão Sandy, em uma ação em parceria com as autoridades haitianas e o apoio
da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH),
observou Peleman, incluindo planejamento de contingência e o preposicionamento
de estoques de alimentos, barracas, lonas, kits médicos e kits de higiene.“O
país está relativamente bem preparado, mas também é muito vulnerável a esse
tipo de desastre, não apenas por causa da pobreza, mas por causa de décadas de
desmatamento e erosão”, observou.
Além disso, a MINUSTAH também
está apoiando os esforços do governo para lidar com as consequências do
furacão, respondendo a solicitações para ajudar com logística e engenharia,
tais como a limpeza de estradas.
O furacão Sandy também causou
mortes, danos e destruição ao longo da costa leste dos EUA, incluindo a cidade
Nova York, onde está localizada a sede principal da ONU. Escritórios da
Organização foram fechadas de forma inédita por três dias seguidos, com a
maioria das reuniões canceladas, reabrindo somente na quinta-feira (1).
A chefe de gabinete do
Secretário-Geral da ONU, Susana Malcorra, falou a jornalistas sobre os danos
causados pelo furacão ao prédio da Organização – o teto da Assembleia Geral
sofreu vários danos, assim como equipamentos de comunicação – e informou que as
Nações Unidas estão reavaliando a forma como lidam com desastres
naturais após o Sandy.
Fonte: ONUBR – Nações Unidas no Brasil.
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